#8
- O-Olá, meu nome é Richard...
- OLÁ, RICHARD!!!, todos dizem.
- B-Bom, eu v-vim morar a-aqui p-porque meu filho achou melhor... D-Desde que minha esposa morreu... Bom, eu fiquei s-sozinho...
Richard começa a chorar. Uma mulher coloca a mão em seu ombro.
- Está tudo bem, Richard. Você, não quer se apresentar?
Uma senhora levanta a cabeça.
- Oi, meu nome é Abigail.
- OLÁ, ABIGAIL!!!
- Eu vim morar aqui por medo... medo do que poderia acontecer com os meus filhos.
- Como assim, Abigail?
- Bom, começou durante a Segunda Guerra a história da MAMÃE TORNADO, uma história da Sociedade da Justiça Evo trazida por Vinícius Schiavini.
**
1944
Um rapaz para a bicicleta. Anda por todo o gramado em direção a uma casa branca. Bate na porta. Uma mulher o atende.
- Sim?
O rapaz entrega a ela uma carta e vai embora com sua bicicleta.
A mulher fecha a porta, vai até a sala, se senta no sofá e abre a carta. Começa a ler, e então desmaia.
**
Um ano depois.
- Senhor, fico agradecida por querer me contratar, mas acho estranho existir alguém que produz dinamite, se a guerra já acabou.
- Ah, minha cara, dinamite não serve apenas para guerras. Serve para desobstruir o caminho do progresso. Pontes, túneis, escavações. A dinamite tem fins pacíficos. Bom, o que acha de trabalhar como minha secretária pelo valor que lhe falei?
- Seria... seria perfeito, senhor.
- Ótimo! Você começa amanhã. Seus filhos tem ido para a escola?
- Sim, senhor.
- Ótimo! Já disse que você começa amanhã?
**
1993
“They saw marks all over her body...She couldn´t quite explain it, they just have always been there...mmm mmm mmm mmm...”
Ela desliga o rádio. Uma moça entra na sala.
- Vovó! Vovó!
- O que houve? Pra que tanta afobação?
- Vovó, eu estou grávida!
Abigail sorri.
- Mas que maravilha! Nossa!
Abigail se levanta e abraça a neta.
- Quantas semanas?
- Cinco.
- Que bom, minha neta, que bom.
- Hã, vovó...
A neta se afasta e vai até uma estante.
- Minha mãe me contou sobre a Tornado Vermelho.
Abigail abaixa a cabeça.
- Você foi uma super-heroína, vovó?
**
1947
- Toma isto! E isto!
Abigail acorda. Trabalhou tanto que acabou dormindo sobre a mesa. Ouve gritos e barulhos, e se aproxima da janela.
Então, ela vê um homem, usando roupas estranhas, batendo em um homem mascarado.
O homem mascarado então é desmascarado.
“Não!”
Seu chefe?
Como assim?
Ele tinha uma vida dupla como fantasiado?
Um garoto chega e o socorre.
- Já chamei a Sociedade!
- Obrigado.
Subitamente, o vilão cai. Os dois vêem Abigail, que segura um panelão.
- Abigail..?
Super e Jay chegam ao local.
- Parado, meliante!
- Hã...Super.
Super usa raios de calor para derreter as botas do vilão, prendendo-o ao chão. Ele e Jay se aproximam do chefe de Abigail.
- Dan Dinamite, você está bem?
- Acho que sim... Mas não graças a vocês.
- Como assim..?
Então eles vêem Abigail.
- Quem é você?
Dan Dinamite se levanta.
- Essa é Abigail, minha secretária.
Dan se aproxima de Abigail.
- Abigail, já está tudo bem.
- Senhor... o senhor é...o senhor é... O que o senhor é?
- Eu sou um super-herói, Abigail. Nós todos aqui somos. Somos da Sociedade da Justiça da América.
- Sociedade da Justiça...
**
- E então você começou a ser uma heroína?
- Isso mesmo, minha neta. Com aquela panela e uma roupa ridícula, fui a Tornado Vermelho.
- E por quanto tempo você foi heroína?
- Até ficar pra trás. Velha demais, cansada demais. Alguns são afortunados: não envelhecem. Não é o meu caso.
Abigail vai até um porta-retrato, que tem uma foto dela com Jay Garrick e Hipolytha.
- Mas se eu pudesse, minha neta... Ah, se eu pudesse... Voltaria sempre. Sem seu avô, eu quis proteger sua mãe e seu tio, e aí passei a proteger o mundo todo. E isso trazia um sentimento fantástico. E conviver com eles era igualmente fantástico.
Abigail vira para a neta, que permanece atenta.
- Imagine... imagine um grupo com homens mais rápidos que o vento, mais fortes que tanques, mais astutos que muitos cientistas... Só o Espectro que me assustava. Ele é uma força divina, mas me dava arrepios como se viesse do mais profundo inferno. E olha que sou católica! Sabe, foi uma boa época...
A neta se levanta e a abraça.
- Você é o melhor exemplo de mulher que eu poderei dar ao meu filho.
Abigail deixa escapar uma lágrima.
**
Atualmente.
- Então você foi uma heroína?
- Pois é...
Uma enfermeira entra na sala.
- Senhora Abigail, tem uma visita para você.
- Mas...
- Disse que é urgente.
Abigail olha para a mediadora da reunião.
- Pode ir, Abigail.
Abigail sai com a enfermeira.
- Dona, se quer saber, acho que ela esqueceu de tomar o remédio!
**
Abigail chega na recepção, onde vê uma adolescente de cabelos ruivos e sardas.
- Mary!
Abigail a abraça.
- Oi, bisa.
- Mary, que surpresa boa! Você pegou a mania da sua mãe de vir sem avisar, danadinha!
- Bisa... pode vir comigo aqui fora?
- Peraí... eu posso, enfermeira?
- Claro. Mas não vá pular de pára-quedas!
- Ah, estou sem minha bombinha para a asma, não se preocupe.
Abigail e Mary saem. Na rua está estacionado um furgão preto. Encostados nele, do lado de fora, estão Michael Holt, Homem-Hora, Doutor Meia-Noite e Detetive Sombrio.
- Ah, mas que bom rever vocês! Espere... aconteceu alguma coisa? Faz tempo que vocês não se expõem assim.
Doutor Meia-Noite se aproxima.
- Abigail, pedimos para Mary ser a primeira a falar com você para não haver estranhamento.
- Sobre..?
Abigail olha para Mary.
- Bisa, a Sociedade está reunindo a todos.
- Todos?
- Todos! Até aqueles que tinham se aposentado!
- Bom, não sei se vocês sabem, mas eu tenho 85 anos... Não sou mais nenhuma mocinha. E o que houve para acontecer esta reunião?
- Mary, eu explico. Abigail, Jay fez uma besteira.
- Isso não é novidade.
- E achamos que isso interferiu em um ponto do cosmo sideral que começou a afetar coisas em todo lugar, como na morte do Capitão Cometa.
- Eu vi a explosão pela televisão...
- Pois é. Agora nós queremos descobrir sobre este ponto.
- Bom, levem a Mary.
Meia-Noite e Mary ficam surpresos.
- Como assim?
- Levem a Mary! Ela adora as minhas histórias desde quando sua mãe contava no berço! Creio que, com um pouco de ajuda dos mais velhos, ela pode ser uma ótima Tornado Vermelho.
- Tornado Rubro.
- Que?
- Eu posso ser a Tornado Rubro. Tornado Vermelho, pra mim, só existe você.
Abigail sorri e abraça Mary. Depois, lhe dá um beijo na bochecha.
- Vá, e me dê orgulho!
Mary vai pulando até a van.
- Tem certeza, Abigail?
- Ah, tenho, Meia-Noite. Nem sei como vocês ainda ficam tão preocupados com essas coisas espaciais. Eu prefiro ficar com minha novela, meu tricô e meu bom Jesus.
- Está certo. Até mais, Abigail.
- Até mais, Meia-Noite.
Meia-Noite entra na van. Michael Holt, Homem-Hora e Detetive Sombrio entram em seguida.
Abigail volta ao asilo, e segue lentamente até seu quarto.
Fecha a porta cuidadosamente, e vai até seu armário. Puxa, da parte de baixo, uma caixa, e tira de lá o panelão com dois buracos para os olhos.
- Tornado Rubro...
terça-feira, 30 de junho de 2009
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